(...)

"Mas eu não quero ir ter com os loucos", observou Alice.
"Não tens alternativa". Retorquiu o Gato.
"Nós aqui somos todos loucos. Eu sou louco, tu és louca".
"Como é que sabes que eu sou louca?" perguntou Alice.
"Deves ser", disse o Gato, "ou não terias vindo até aqui".

20090422

sem-título4 (kami-sama?)

Nada fazendo para ser acreditado,
Sê-lo-ás sem que o queiras,
Temores provocam o rugido bradado
Por ninguém ouvido…
Por todos escutado.

Sem ti estarão perdidos,
Na incerteza da luz fugidia,
Os que pelo vale escuro caminham.
Aguardam surdos os ouvidos
Pela língua que mudo falas,
Procuram os olhos vagos, pelos
Gestos invisíveis qu'articulas.

Estarás na causa indistinta
Da tua própria dúvida,
Hoje na incerteza prospéras,
Amanhã esquecidas alegres certezas
Serão mal ditas por terras
Que outrora foram tuas.

Mas antes qu'a noite desvaneça,
Aquilo de que te apoderaste injusto
Será tolhido pela névoa espessa
Pois fui eu quem te criou, insensato
D’aquilo que a tua figura roubaria...
O manto negro aproxima-se-te
E tal como estas palavras
A memória tua será esquecida
Pela mágoa de horas futuras.

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